sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Poema - Muito Antes

Que o
Tempo tenha tempo
Para se arrumar
Na hora
De escrever o
Que te quero contar

Que se
arrume numa carta
Que nunca
Te irei enviar
E que não 
Seja tarde para 
poder queimar

Que o
Tempo tente esquecer
As palavras que
Teima em lembrar
Num tempo
Onde a escolha
Era ficar

Que se
Perdoe o tempo
Onde não
Queria ele esperar.

André M.

domingo, 3 de novembro de 2013

'Dá cor à minha vida com o caos dos problemas.'

Da próxima vez que te recordares das coisas, acho que devias ver melhor. O que aconteceu, perguntas tu? O que acontece sempre, a vida. Acho que tive sorte, aconteceu. Ela é melhor que a rapariga dos meus sonhos. Ela é real.
Na verdade, não me sinto confortável a ser nada de ninguém. As relações são complicadas e os sentimentos das pessoas são magoados. O que interessa se estás feliz? O que acontece se te apaixonares? É tudo uma confusão, e nesse momento, estarás completamente sozinho com medo de errar ou avançar. Mas, acho que sabes quando o sentires. Existem histórias que não são normalmente contadas, tem de ser merecidas. E esta é a minha.
Preciso de saber que não vais acordar de manhã... e sentir-te diferente. Não posso te posso prometer isso, ninguém pode. Eu só acordei um dia e soube.
Soubeste o quê? Aquilo que nunca tive a certeza contigo.

O que interessa se estás feliz? E ela também? Nada mais do que coincidências.


André M.

domingo, 13 de outubro de 2013

Círculos

Anda lá
Preciso de ti
Quero-te ouvir
Bem perto de mim
Chego perto
Não te deixo ir
Estou bem aqui
Colado a ti
Anda lá
Vem comigo
Não queiras ficar
O futuro é ali
Basta caminhar
Não te largo
Não me largues a mim
Eu quero ficar
Consertar-te até ao fim.

André M.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Aquilo da Chuva

A lentidão das lágrimas da chuva
São o segredo para a felicidade,
Independentemente da latitude
Com que deslizam por ti

Somos todos feitos da mesma carne
Apesar da aparente simplicidade
De encontros e desencontros
De olhares que deixamos por aí

Sentimos a roupa molhada
Com tal naturalidade
Como se prescrevêssemos
Um sentimento de liberdade.


André Marquês.

sábado, 7 de setembro de 2013

A Bonança

Parei de insistir. Não irei voltar a embarcar nesses navios cheios de promessas que teimam em se afundar, é preciso saber dizer não e não voltar a comprar o mesmo bilhete. Um bilhete singular só de ida. Se insistir em permanecer nessas trágicas viagens mais do que o tempo necessário, perco a alegria e o sentido das outras viagens que tenho para viver. 
Mas há que cruzar oceanos, travar tempestades e deixar no passado os momentos de vida que agora não passam de praias desertas. Não existe nada mais perigoso do que nunca abandonar essas praias e pior, só a saudade que bate daquelas suas areias. Quando esse momento chega, tens de saber mergulhar num mundo que nunca será um mar de rosas.
Com o tempo vais perceber que para ser feliz tens de abandonar essas praias, tens de saber dizer não a viagens que não te levam a lugar algum. No fim, irás compreender que os teus navios não passavam de uma ilusão e que o segredo de ser feliz é não ter medo dos próprios medos.
Também é preciso coragem para dizer não. 

André Marquês.

A Moral

Chamei de problema à lição que aprendi, porque sempre acreditei que tinha perdido algo que me foi oferecido. A memória do teu nome alivia-me da solidão que conheço, deixa-me voar mais alto para que possa ver o mundo por um lado da ilusão que não era suposto, que não sou o dono de coisa alguma.
Aprendi com a solidão a conhecer-me, aprendi a deixar o teu olhar presente entre o meu meio abraço e o teu sorriso a correr-me pela memória, como se fosse uma mudança que necessito para aprender a largar o que há em vão. Às vezes, temos de escolher entre ir embora ou ficar.
É neste espaço intermédio que existe uma diferença entre conhecer o nosso caminho e percorrê-lo, por isso decido deixar o tempo passar ao seu ritmo e com ele, experimentar a neve que cai no inverno e as flores que nascem na primavera. O tempo é dono é rei.
Quando passa o tempo, ele deixa apenas a nossa verdade à qual é tão difícil de resistir, ninguém disse que seria fácil dizer adeus com vontade de ficar.

Deixa andar se faz bem ao coração. Deixa andar.

André Marquês.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A Derrota

Aprendi a chorar lágrimas secas, pois não sei chorar de uma outra forma. A derrota ensinou-me a dar valor a cada momento escasso que ainda consigo viver, mesmo que sejam momentos frios de cansaço e solidão. Quando estou só, quando prefiro não pensar mais nisso, deixo-me levar pela certeza mais pura de medo que perdi-te sem te poder alguma vez perder.
Tive nos meus braços a companhia daquele sorriso fácil que conduziu a nossa amizade em todas as oportunidades que tivemos, e quando olho para trás, percebo sem dúvida a certeza mais certa que fomos tudo o que poderíamos ser um para o outro, fomos irmãos. Estavas ao meu lado o tempo todo e infelizmente, o tempo não foi capaz de dizer não ao dia que assombrou o nosso caminho. Todos os dias, volto a um lugar diferente do passado para te poder ver, sonho um sonho que não se pode tornar realidade. A verdade é que perdi aquilo que todos nós procuramos, algo que nos preenche de uma forma tão absoluta, como o oxigénio, o nosso coração.
A derrota torna-se uma forma confortável de se saber o que valeu a pena, e se choro, choro por ter deixado escapar aquele momento de vida, choro por ter perdido a melhor amiga que alguma vez poderia sonhar em ter. Choro em seco porque sei que, seja qual for o momento de vida que eu atravesse, tornei-me numa das pessoas mais importantes naquele seu momento de folgo.
Sei que me sorris, quando do nada para ninguém sorrio para ti.

André Marquês.