Andreia e André

Sinto a falta de mim. Talvez porque sinta a tua falta. Não é uma falta constante, mas é permanente. Não só pelo facto de partilhar o mesmo dia de aniversário contigo, apenas e só apenas com um ano de intervalo pelo meio, não só por teres o nosso nome convertido no feminino, não só pelas inúmeras coincidências que dividimos e os interesses comuns que temos entre nós. Não, não só.
Sinto a falta de quem me conhece de frente para trás, de trás para frente, do meio para as pontas, das pontas para o meio... Sinto a falta daquela pessoa que olha para mim como quem olha para a palma da sua mão, com todos aqueles traços e rabiscos de defeitos e qualidades e que mesmo assim, fecha a sua mão e não larga a minha.
Sei que te tenho comigo sempre, para sempre. Uma amiga, uma melhor amiga.. Recebi de ti o maior presente da minha vida, uma irmã. O sangue pode não ser o mesmo, mas o coração, esse batia no mesmo sentido e vai continuar a bater até ao fim dos meus dias. Tenho duas famílias agora, a minha e a tua. Afinal, um coração pode aprender diferentes melodias ao longo da vida, a minha não mudou, simplesmente acertei na tua ou tu acertas-te em cheio da minha.
Andreia, teu André para sempre.